Modelo flip trouxe upgrade nas câmeras, tela e bateria; veja nossas impressões sobre o dobrável premium da Motorola e saiba se vale a pena comprá-lo.
O Razr 50 Ultra é o celular dobrável do tipo flip mais avançado da Motorola até então. Sucessor do Motorola Razr 40 Ultra, o smartphone chega com melhorias significativas, como o aumento da tela externa, considerada a maior do mercado; o upgrade no conjunto de câmeras, que passou a contar com resolução superior e uma lente teleobjetiva; e a dobradiça mais fina, que permite maior flexibilidade e um vinco menos aparente na tela. Além disso, a bateria ficou ligeiramente maior, e a Motorola ainda trouxe para o dobrável alguns modestos recursos de Inteligência Artificial (IA).
Lançado em julho por R$ 8 mil, hoje o Razr 50 Ultra é encontrado por R$ 7.199 no e-commerce — um valor que, diferente do celular, não cabe no bolso de muita gente. Após os testes com o Razr 40 Ultra no ano passado, eu testei o Razr 50 Ultra por cerca de 15 dias. Nas linhas a seguir, você confere minhas impressões sobre o dobrável da Motorola em quesitos como design, tela, câmeras, desempenho e mais. Continue a leitura e avalie se, para você, vale a pena comprar o smartphone.
Ficha técnica do Motorola Razr 50 Ultra 5G
- Tamanho da tela: 6,9 polegadas (interna) e 4,0 polegadas (externa)
- Resolução da tela: Full HD+ (interna) e Full HD+ (externa)
- Tecnologia da tela: pOLED (interna e externa)
- Câmeras traseiras: principal de 50 MP e teleobjetiva de 50 MP
- Câmera frontal: 32 MP
- Sistema: Android 14
- Processador: Snapdragon 8s Gen 3
- Memória RAM: 12 GB
- Armazenamento: 512 GB
- Cartão de memória: não
- Capacidade da bateria: 4.000 mAh
- Cores: navy blue, forest green, peach fuzz e pink
- Lançamento: julho de 2024
- Preço de lançamento: R$ 7.999
Design
À primeira vista, o Razr 50 Ultra pode parecer igual ao seu irmão mais velho, o Razr 40 Ultra, mas o dobrável de 2024 trouxe retoques certeiros no design. O mais importante deles é a dobradiça, que foi redesenhada e agora está 30% mais fina. A mudança resulta em um vinco bem menos aparente no meio da tela e em mais firmeza para posicionar o celular em diferentes posições. Além disso, ficou bem mais fácil abrir o smartphone com uma mão só.
Também é bem-vinda a adição da certificação IPX8, que garante submersão em até 1,5 metro de água doce por até 30 minutos, mas não protege contra poeira. Com isso, o Razr 50 Ultra fica atrás de seu principal concorrente, o Galaxy Z Flip 6, que traz certificação IP48.
O dobrável da Motorola tem corpo de alumínio (série 6.000) e bordas curvas com acabamento brilhante que lhe conferem uma elegância ímpar. A traseira, por sua vez, pode ser encontrada nas opções suede (cor Pink) ou couro vegano. Este último acabamento é aplicado às cores Navy Blue (azul), Forest Green (verde) e Peach Fuzz, tom de pêssego exclusivo da Pantone. As escolhas visuais da Motorola fazem do Razr 50 Ultra um dobrável muito bonito — para mim, o mais bonito do mercado nacional.
Tela
- Tela interna
A tela interna do Razr 50 Ultra segue idêntica à da geração interior. O tamanho avantajado de 6,9 polegadas é bem-vindo durante o consumo de conteúdos em streaming e sessões de jogos, por exemplo, mas atrapalha um pouco na hora de segurar o celular com uma mão só — principalmente para quem, como eu, está acostumado a uma tela de 6,1″.
Assim como no Razr 40 Ultra, a combinação da tecnologia pOLED com a resolução Full HD+ resulta em uma reprodução de imagens com cores muito vivas e excelente nitidez. A alta frequência, de 165 Hz, também impressiona: o número garante fluidez extrema durante a reprodução de gráficos.
Até o momento, tudo igual à tela do Razr 40 Ultra. O modelo de 2024, entretanto, recebeu um upgrade no brilho, cujo pico saltou de 1.400 para 3.000 nits. Com isso, a visibilidade do display segue excelente em diferentes circunstâncias, inclusive sob aquele sol de rachar. Além disso, a tela consegue identificar melhor os toques quando você está com as mãos molhadas.
- Tela externa
A maior mudança está na tela externa, que passou de 3,6 para 4 polegadas — aumento que confere ao Razr 50 Ultra o título de dobrável com a maior tela externa do mercado. Aqui repetem-se a tecnologia, a resolução, a frequência e os recursos HDR10+ e Dolby Vision da tela interna. Aliás, a taxa de atualização, que já era alta na geração anterior (144 Hz), ficou ainda maior, o que permite jogar games com gráficos bem frenéticos no painel externo. Na prática, porém, o salto não faz tanta diferença.
O display secundário recebeu ainda uma adição interessante: a proteção Corning Gorilla Glass Victus, que promete maior resistência contra quedas e arranhões. Vale ressaltar que, durante os testes, o Razr 50 Ultra caiu de uma altura de cerca de 15 a 20 centímetros, o que fez o canto superior direito da tela trincar. Por isso, a minha recomendação é que, se possível, você compre a capa protetora anti-impacto — afinal, a tela é de vidro, e vidro quebra.
Além de maior, a tela externa também está mais funcional. Além de preservar a excelente experiência de continuidade, a Motorola trouxe para a interface recursos como o de “zoom out”, que permite ver quais painéis estão abertos. Com ele, você pode trocar mais rápido de um aplicativo para outro. Também é possível acionar o Gemini, Inteligência Artificial (IA) do Google diretamente a partir da tela externa, sem precisar abrir o celular.
- Som
Com dois alto-falantes estéreo, o Motorola Razr 50 Ultra entrega uma excelente experiência sonora. O áudio é equilibrado e tem muito bom volume, sem apresentar distorções mesmo quando está no nível máximo. Além disso, a presença da tecnologia de som Dolby Atmos aumenta a sensação de imersão, algo que é muito bem-vindo durante maratonas de séries e sessões de jogos, por exemplo.
Câmera
Para mim, aqui reside um dos principais acertos da Motorola no Razr 50 Ultra. A fabricante fez a resolução da câmera principal saltar de 12 para 50 megapixels (MP) e substituiu a câmera híbrida (ultrawide e macro) por uma teleobjetiva de 50 MP com zoom óptico de 2x. Com o novo conjunto, agora é possível aproximar as imagens sem perda de qualidade — o que me parece muito mais interessante do que tirar fotos com ângulo de visão mais amplo.
Veja abaixo como se organiza o sistema fotográfico.
- Câmera principal de 50 MP e abertura de f/1,79;
- Câmera teleobjetiva de 50 MP e abertura de f/2.0;
- Câmera frontal de 32 MP e abertura de f/2.4.
Com abertura de f/1.7, a câmera wide entrega fotos diurnas (tanto em ambientes externos quanto internos) bem iluminadas, com ótimo alcance de cores e contraste. O mesmo vale para os cliques noturnos, que equilibram bem sombras e realce, sem perder a saturação das cores. Em ambos os casos, vemos um pós processamento bem eficiente em ação.
Também com 50 MP, a câmera teleobjetiva é igualmente boa nos resultados. Apesar de só haver zoom óptico de 2x, é possível aproximar as imagens em até 4x sem grandes perdas de detalhes. A câmera frontal de 32 MP, por sua vez, entrega boas selfies, mas é preferível usar a tela externa e a câmera traseira para capturar os retratos, que ficam quadrados (1×1). Dá para tirar selfies tocando em qualquer lugar da tela ou levantando a mão, mas não é possível usar o toggle de 2x.
No modo retrato, é possível fazer registros em quatro distâncias focais: 24 mm, 35 mm, 50 mm e 85 mm. Esta última, porém, eu não recomendo; parece que há uma perda de detalhes no rosto, e que o algoritmo tem mais dificuldade para separar objeto e fundo e criar o efeito bokeh.
Quanto aos vídeos, o Razr 50 Ultra grava em 4K a até 60 quadros por segundo (fps) em todas as câmeras. Os resultados têm boa nitidez, contraste, saturação e alcance dinâmico, e a câmera lida bem com mudanças de foco. Entretanto, a estabilização na câmera principal não dá conta de eliminar todas as trepidações em caminhadas mais rápidas. Ainda assim, é possível habilitar o modo ultraestável, que usa IA para suavizar os tremores. A melhoria é significativa.
Por último, destaque para o “modo filmadora”, que permite gravar vídeos de forma “vintage”. Com ele, basta abrr a câmera e girar o celular 90º para que a gravação comece automaticamente. Você ainda pode ativar a visualização na tela externa, para que o outro — ou você mesmo — consiga se ver.
Desempenho
Considerado um dobrável topo de linha, o Razr 50 Ultra tem configuração de respeito, embora abaixo de outros modelos flagship. Seu desempenho é liderado pelo processador Snapdragon 8s Gen 3, que é um pouco mais modesto em desempenho bruto, se comparado ao Snapdragon 8 Gen 3, mas preserva características de arquitetura e recursos tecnológicos.
O chipset trabalha com 12 GB de RAM, valor que é mais que suficiente para uma experiência de multitarefas suave. Entretanto, se você precisar de mais — sabe-se lá por quê —, pode expandir a RAM em mais 4 GB, via RAM Boost.
Com litografia de 4 nanômetros e velocidade de até 3 GHz, o processador confere ao dobrável ótima ótima performance, sem engasgos ou travamentos, mesmo ao rodar diferentes aplicativos ao mesmo tempo. Entretanto, durante atividades mais exigentes, como filmar em 4K a 60 fps e instalar games pesados, o Razr 50 Ultra esquentou consideravelmente. Este, aliás, é um calcanhar de Aquiles comum aos dobráveis, cujo design compacto limita o espaço para sistemas de resfriamento avançados.
Vale a pena?
Os celulares dobráveis do tipo flip não são para qualquer público. Com forte apelo ao design, esses smartphones miram em fãs de multimídia e nos early adopters, como chamamos os usuários propensos a adotar novas tecnologias — afinal, os dobráveis ainda são relativamente recentes. Contra a sua adoção pelo público geral pesam a percepção de fragilidade das telas e o preço elevado.
Lançado por R$ 8.000, o Razr 50 Ultra já é visto por R$ 7.199 online. Seu principal concorrente, o Galaxy Z Flip 6, foi lançado na mesma época por R$ 8.999 e hoje pode ser comprado por R$ 5.462. Apesar de perder em quesitos como câmera, tela e carregamento, o dobrável da Samsung se sobressai em processamento, proteção contra água e poeira e recursos de IA, o que pode fazer dele uma boa opção para quem está com orçamento apertado e não quer esperar para comprar um dobrável.