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Refri zero é apresentado como forma de ‘reduzir danos’, mas faz sentido?

O refrigerante está entre as bebidas mais populares do mundo, mas o excesso de açúcar nas versões tradicionais sempre gerou preocupação entre especialistas e consumidores.

Os refrigerantes zero açúcar surgem como opção com menos calorias e são apontados por alguns nutricionistas nas redes sociais como estratégia de redução de danos para quem não consegue cortar o consumo de imediato.

Mas vale a pena mesmo?

“O principal benefício do refrigerante zero é reduzir calorias e açúcar na dieta, substituindo a versão tradicional e ajudando a controlar picos de glicemia e o ganho de peso. Pode servir como recurso de transição para pacientes em processo de mudança alimentar, auxiliando na redução gradual do consumo de refrigerantes”, explica Isolda Prado, nutróloga e diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia)

Riscos do consumo frequente
Apesar de não conter açúcar e não engordar, é importante ter cautela: essas bebidas ainda incluem adoçantes e outros componentes químicos que podem afetar a saúde. Por isso, o consumo deve ser moderado e inserido em uma dieta equilibrada.

“É difícil apontar benefícios no consumo de refrigerantes, sejam comuns ou zero açúcar. Para quem já tem o hábito, a versão zero pode ser menos prejudicial, mas focar apenas na redução de calorias e açúcar não garante saúde. O corpo entende nutrientes como carboidratos, proteínas e gorduras, por isso é essencial buscar equilíbrio nutricional”, afirma Thelma Feltrin, nutricionista e membro da Câmara Técnica do Conselho…

Entre os riscos do consumo frequente de refrigerantes zero estão:

Desequilíbrio da microbiota intestinal, já que pode alterar a composição das bactérias do intestino, afetando digestão e imunidade.
Alterar o paladar e aumentar a preferência por sabores doces.
Interferir em neurotransmissores ligados ao bem-estar, como dopamina e serotonina, afetando o humor e a sensação de prazer.
Aumentar a absorção de carboidratos.
Impactar o metabolismo e afetar a forma como o corpo processa energia, influenciando gordura corporal e resistência à insulina.
A cafeína, presente em alguns refrigerantes zero, pode aumentar a pressão arterial, frequência cardíaca, insônia e ansiedade…

“Não há estudos que definam uma quantidade segura que não traga prejuízos metabólicos ou intestinais. O efeito depende do contexto da dieta e da condição individual. Para pessoas com hábitos alimentares já disfuncionais, até pequenas doses podem ter impacto significativo”, afirma Jerluce Alvares Ferraz, nutricionista do HC-UFPE (Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco).

Em 2023, a OMS (Organização Mundial da Saúde) incluiu o aspartame, adoçante artificial utilizado em refrigerantes diet e zero, na categoria de produtos “possivelmente cancerígenos para humanos”, destacando a importância de respeitar limites seguros de consumo. Portanto, o ideal é reduzir ao máximo a quantidade e a frequência dessas bebidas.

Uma pesquisa recente da USP também ligou o consumo frequente de adoçantes ao declínio cognitivo.

Dicas para consumir com equilíbrio…

Os refrigerantes zero devem ser ingeridos com moderação, evitando o consumo diário em grandes quantidades. Podem ser incluídos na dieta, mas não substituem alimentos frescos e nutritivos, que seguem sendo fundamentais para a saúde…

É importante prestar atenção à reação do corpo, observando possíveis alterações digestivas, no apetite ou no comportamento alimentar. Além disso, essas bebidas não devem substituir a água como principal fonte de hidratação.

Para quem consome refrigerante com frequência, uma estratégia eficaz é reduzir gradualmente, estabelecendo metas realistas. A inclusão do refrigerante zero na rotina deve levar em conta hábitos, objetivos de saúde e condição física. Por isso, é recomendado consultar um profissional de saúde para orientações sobre como minimizar os efeitos da bebida no organismo.

Quem não deve consumir?

O refrigerante zero pode ser uma alternativa para pessoas com obesidade, síndrome metabólica, pré-diabetes ou diabetes, especialmente quando há dificuldade em reduzir o consumo de versões açucaradas.

Por outro lado, não é indicado para quem apresenta sintomas gastrointestinais relacionados aos adoçantes, como gases, cólicas, diarreia ou azia.

“A recomendação deve ser individualizada, e sempre que possível, dar preferência à água e a bebidas naturais, como chás, água de coco e sucos sem adição de açúcar”, ressalta Prado…

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