Manter a alimentação saudável, rica em ingredientes naturais e variados, e praticar atividades físicas com regularidade é uma combinação chave para cuidar do bem-estar e da longevidade com qualidade. Mas, vez ou outra, aparecem novidades nesse tema que soam muito convincentes no que oferecem como benefícios, mas não passam de “pegadinhas” a serem evitadas.
Veja, a seguir, sete hábitos alimentares que têm jeitão de saudável, mas devem ser abandonados:
1) Priorizar alimentos diet e zero açúcar…
Engana-se quem pensa que esses produtos são sempre as melhores opções só por estarem no “corredor de alimentos saudáveis” do supermercado. Alimentos diet ou zero açúcar não necessariamente têm menos calorias do que sua versão normal, pois o produto diet pode receber mais gordura para compensar a retirada do açúcar.
Além disso, produtos light, diet e zero são ultraprocessados e podem conter grande quantidade de sódio, aditivos químicos e edulcorantes (adoçantes) que podem afetar a pressão arterial, desequilibrar o funcionamento do intestino e o metabolismo, quando em excesso. Confira sempre a lista de ingredientes e a tabela nutricional dos produtos.
2) Trocar o prato de arroz, feijão e carne por salada
Algumas combinações de ingredientes em um único prato de salada podem, sim, corresponder a uma refeição completa e nutritiva. Porém, se essa salada vier encharcada de molhos repletos de gordura e sódio, sem proteína, com batata palha, o resultado nutricional pode ser negativo.
Se quiser trocar um prato de arroz, feijão, carne e legumes por uma salada, escolha uma opção com variedade de vegetais (alface, rúcula, cenoura, vagem, brócolis, pepino, cenoura, tomate etc.), uma boa porção de proteínas (ovo, frango, carne ou atum, por exemplo), e fuja de molhos calóricos e outros ingredientes pouco saudáveis, como batata palha.
3) Tomar shake de proteína após qualquer exercício…
Por mais que o whey protein e outros suplementos proteicos possam ajudar na recuperação e no ganho de massa muscular, não é todo praticante de exercícios que precisa consumir esses produtos. A necessidade vai depender da alimentação diária e da intensidade e duração da atividade física. Antes de gastar com shakes proteicos, consulte um nutricionista. Com pequenos ajustes no cardápio é possível ingerir a quantidade de proteínas que o corpo precisa, sem suplementação.
4) Tomar várias taças de vinho
Embora a presença de substâncias conhecidas como polifenóis torne a bebida uma aliada para a saúde cardiovascular, é preciso lembrar que o vinho é uma bebida alcoólica. O excesso de álcool aumenta o risco de ter problemas no fígado, transtornos psiquiátricos, problemas gastrointestinais e até alguns tipos de câncer.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há um padrão de consumo seguro para bebidas alcoólicas. A recomendação para minimizar possíveis danos é nunca beber mais do que cinco vezes por semana. Homens devem consumir até duas doses em um dia, e mulheres, uma dose somente.
5) Cortar carboidratos da dieta
O consumo excessivo de carboidratos é prejudicial à saúde, mas pode ser igualmente perigoso deixar de consumir esses nutrientes, que são nossa principal fonte de energia. Um estudo liderado pelo NIH (Instituto Nacional de Saúde dos EUA) mostra que taxas de carboidrato altas demais ou exageradamente baixas foram associadas ao aumento da mortalidade…
Isso porque, quando se restringe muito o consumo desse macronutriente, corre-se o risco de diminuir, por exemplo, a quantidade de fibras na dieta. Encontradas em pães e massas integrais, nozes, legumes e frutas, as fibras são um tipo de carboidrato capaz de reduzir significativamente o risco de doenças cardíacas.
O mais importante é prestar atenção na origem do carboidrato: no pão branco, macarrão e biscoito, por exemplo, a fonte não é integral, sendo rapidamente digerida e absorvida. O carboidrato que vem das massas integrais, frutas e legumes é do tipo complexo, com digestão e absorção mais lentas, o que é benéfico para o corpo, além de estar sempre acompanhado de vitaminas e fibras, muito melhor para a saúde.
6) Usar óleo de coco como substituto para outros óleos
Apesar da fama, o óleo de coco nem sempre é bem-visto por médicos e nutricionistas. Mesmo tendo origem vegetal, ele apresenta um alto teor de gordura saturada. Um estudo publicado em 2017 pela Associação Cardíaca Americana mostrou que 82% da gordura do óleo de coco é saturada. Esse percentual é maior do que aparece na manteiga (63%), na gordura bovina (50%) e na banha de porco (39%).
Não é recomendado usar o óleo de coco como substituto para o azeite, por exemplo. Outros óleos com gordura boa, caso dos derivados de abacate, chia, girassol e canola, também são opções mais saudáveis, embora todos devam ser consumidos com moderação, por seu teor calórico.
7) Tomar várias xícaras de chá verde ao longo do dia…
Alguns estudos sugerem que o chá verde pode reduzir o risco de doenças cardíacas e ajudar no emagrecimento. Porém, consumir a bebida em excesso — mais de quatro xícaras por dia —, pode sobrecarregar o fígado e outros órgãos, como os rins, devido à quantidade de oxalato (substância que, em excesso, pode causar cálculos renais), além de aumentar o risco de gastrite…