Ter um pensamento analítico, resiliência, flexibilidade, liderança e conhecimento em tecnologia estão entre as habilidades mais demandadas pelas empresas, segundo relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial.
O que aconteceu?
Relatório reúne habilidades que os profissionais devem ter. O Fórum Econômico Mundial divulgou o estudo “Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2025” e destacou as tendências mundiais em transformação no mercado de trabalho, as habilidades que os profissionais precisam melhorar e as novas oportunidades de emprego até 2030.
Tecnologia e habilidades cognitivas em destaque
Entre as habilidades com maior índice de crescimento até 2030 estão as cognitivas, de autoeficácia, gestão, trabalho em equipe e tecnológica. Destaque para conhecimento e aptidões em:
Conhecimento em tecnologia é importante
Capacitação constante. Mariana Achuti, especialista em educação corporativa e CEO da Newnew, diz que vários estudos mostram que a forma de se trabalhar vem passando por mudanças profundas e muito rápidas há alguns anos. Por isso, é fundamental a capacitação constante, principalmente devido ao uso da tecnologia no nosso dia a dia e das empresas.
O profissional deve ter em mente a importância do conhecimento tecnológico. Precisaremos estar letrados em relação à inteligência artificial, big data e letramento digital.
Mariana Achuti, CEO da Newnew.
Mariana também afirma que soft skills (habilidades comportamentais e interpessoais) como criatividade, liderança e resiliência são cada vez mais demandadas. E ressalta que “a busca por aprendizado não pode ser limitada às universidades ou às salas de aula”.
Mentoria e desenvolvimento personalizado
As habilidades demandadas pelas empresas estão intimamente ligadas às transformações rápidas do mercado de trabalho. É no que acredita Eliana Mota, gerente de conhecimento e aprendizagem da ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo).
Resiliência, flexibilidade, agilidade, pensamento crítico e liderança com influência social são cruciais para os profissionais que estão ou querem entrar no mercado de trabalho, mas as empresas também devem investir no desenvolvimento dos funcionários para melhorarem suas habilidades.
Eliana Mota, gerente de conhecimento e aprendizagem da ABRH-SP
Para isso, Eliana defende métodos que vão além das técnicas tradicionais de ensino para auxiliar na qualificação dos profissionais. “Projetos práticos, rotações dentro da empresa e mentorias são essenciais para o desenvolvimento profissional.”
Para Mariana, as organizações têm um papel essencial na formação da força de trabalho, pois os profissionais não chegam prontos. “Precisamos construir programas que retenham talentos e qualifiquem pessoas ao longo da vida”, diz a especialista.
Programas personalizados para desenvolvimento. Na L’Oréal, Monique Cordeiro, gerente de recursos humanos, treinamento & desenvolvimento, explica como a empresa estruturou programas robustos de requalificação. A multinacional mapeou as skills dos colaboradores em todos os países e criou uma biblioteca com 578 competências, divididas por áreas como RH, finanças e comercial, por exemplo.
Cada colaborador fez uma autodeclaração das habilidades que possuía ou não e podia incluir outras não previstas inicialmente no sistema, para compor a nossa trilha de conhecimento.
Monique Cordeiro, gerente de recursos humanos da L’Oreal
Mapeamento gerou plataforma de aprendizagem. O processo de mapeamento da L’Oreal começou em maio de 2024. Com os dados em mãos, a empresa criou uma plataforma online de aprendizagem que personaliza a trilha de conhecimento para o desenvolvimento das habilidades necessárias para cada colaborador.
“Quando convidamos alguém para um treinamento, o sistema já avalia o nível de proficiência e aponta o que o participante aprenderá. Isso traz clareza sobre os objetivos de cada ação e apoia a retenção de talentos”, conta Monique.
Esse processo também fortalece a transparência no desenvolvimento de carreira, afirma a gerente de RH. “Os colaboradores sabem onde estão e para onde podem ir. Essa clareza melhora a relação entre a organização e seus talentos”, completa.
Envolvimento dos colaboradores. Monique afirma que ainda é cedo para saber o impacto do programa, já que ele não completou um ano, mas diz que até o momento, 70% dos colaboradores do Grupo L’Oréal no Brasil concluíram a autodeclaração de competências na plataforma.
“Em apenas três meses após o lançamento, a plataforma de aprendizagem online atingiu uma taxa de adesão de cerca de 50% entre os colaboradores”, contabiliza Monique.