É comum acreditar que a geladeira protege itens de qualquer contaminação. Mas o que poucos sabem é que certos alimentos ficam ainda mais perigosos quando lá dentro;
A geladeira é vista como um refúgio seguro para os alimentos, mas nem sempre cumpre esse papel. Afinal, guardar comida no aparelho não garante, por si só, que ela esteja livre de contaminação. Isso porque, em muitos casos, a baixa temperatura apenas retarda a multiplicação de microrganismos, sem eliminá-los. O resultado? Intoxicações alimentares ou até doenças mais graves.
Mas calma, não precisa se preocupar. O TechTudo preparou um guia para te mostrar por que determinados alimentos não devem permanecer no refrigerador sem os devidos cuidados. Mais do que listar exemplos, explicamos como as contaminações surgem, quais doenças estão em jogo e quais hábitos simples na rotina de armazenamento reduzem riscos à saúde. Spoiler: seu gasto com remédios agradece! Confira.
Cuidado ao guardar estas 10 coisas na geladeira!
Veja, no sumário abaixo, todos os alimentos que serão abordados sobre o tema:
- Ovos lavados e cozidos
- Molhos caseiros à base de óleo e alho
- Enlatados abertos
- Carnes recongeladas várias vezes
- Arroz cozido guardado por muito tempo
- Sushis e sashimis armazenados por muitas horas
- Queijos frescos mal armazenados
- Sopas e caldos deixados por muitos dias
- Macarrão deixado por muitos dias
- Alimentos mal higienizados
1. Ovos lavados e cozidos
Guardar ovos lavados pode parecer higiênico, mas, na prática, remove a película protetora natural da casca. Essa camada é fundamental porque age como uma barreira física contra a entrada de microrganismos. Sem ela, bactérias como a Salmonella conseguem penetrar com facilidade pelos poros da casca e se desenvolver no interior do alimento. Quando cozidos, o risco também não desaparece, já que a gema e a clara passam a oferecer nutrientes ideais para a multiplicação bacteriana, principalmente se os ovos ficaram por muito tempo em temperaturas inadequadas.
Casos de salmonelose são relativamente comuns e podem provocar febre, cólicas intensas, vômitos e diarreia persistente. Em crianças pequenas e idosos, a desidratação é um agravante sério que pode até exigir hospitalização. Para reduzir esses riscos, a recomendação é não lavar os ovos antes de armazená-los. Já os ovos cozidos devem ser consumidos rapidamente, preferencialmente em até 48 horas, sempre mantidos sob refrigeração adequada.
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2. Molhos caseiros à base de óleo e alho
Molhos à base de óleo e alho, comuns em receitas simples, podem esconder um risco sério de contaminação. O óleo forma uma camada que retém umidade e reduz a entrada de oxigênio, criando condições ideais para bactérias que não precisam de ar, como a Clostridium botulinum. Essa bactéria é responsável pelo botulismo, uma intoxicação rara, mas muito perigosa.
O botulismo provoca sintomas como visão dupla, dificuldade para engolir e paralisia muscular progressiva. Sem atendimento rápido, pode evoluir para insuficiência respiratória e até a morte. Por isso, o ideal é preparar pequenas quantidades e consumir os molhos em poucos dias.
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3. Enlatados abertos
Quando uma lata é aberta, o alimento entra em contato com o ar e com o metal, o que pode alterar sua composição. O revestimento interno, que protege o conteúdo, perde parte da eficácia, permitindo a liberação de substâncias como ferro e estanho. Além disso, a exposição ao oxigênio cria um ambiente ideal para a multiplicação rápida de bactérias, tornando o alimento impróprio para consumo.
Entre os patógenos mais comuns estão Staphylococcus aureus e Listeria monocytogenes, microorganismos capazes de provocar desde náuseas leves até infecções graves. Para reduzir esse risco, o ideal é sempre transferir o alimento para recipientes de vidro ou plástico com tampa hermética e fazer o consumo em até três dias.
4. Carnes recongeladas várias vezes
O congelamento ajuda a parar as bactérias, mas não as elimina. Então, quando a carne descongela, elas voltam a se multiplicar. Nesse sentido, se você recongelar, o ciclo recomeça, aumentando o risco de contaminação. Cada mudança de temperatura também prejudica a textura e o sabor da carne, fazendo com que ela fique cada vez menos suculenta.
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Os principais vilões são Escherichia coli e Salmonella, que podem causar cólicas fortes, diarreia e febre. Em casos graves, há risco de desidratação e até de infecção generalizada (sepse). Para se proteger, a dica é descongelar apenas a quantidade que você realmente vai consumir.
5. Arroz cozido guardado por muito tempo
O arroz é um dos alimentos mais consumidos no mundo, mas também pode ser perigoso quando mal armazenado. Isso acontece porque o grão pode conter esporos de Bacillus cereus, um microrganismo resistente ao calor que sobrevive ao cozimento. Na geladeira, a multiplicação é retardada, mas não interrompida, o que explica os riscos quando o prato fica guardado por mais de dois dias. Assim, para não ter problemas, prefira preparar quantidades menores ou congelar o que não for consumir na hora.
6. Sushis e sashimis armazenados por muitas horas
Peixes crus, base da culinária japonesa, são alimentos altamente perecíveis. Mesmo sob refrigeração, eles permanecem suscetíveis a bactérias como Listeria monocytogenes e parasitas como Anisakis simplex. Enquanto a primeira é responsável pela listeriose, perigosa para gestantes e idosos, o segundo pode causar reações alérgicas e infecções intestinais sérias.
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Os sintomas variam desde dor abdominal e febre até reações que exigem atendimento médico. A recomendação é consumir a comida japonesa logo após o preparo e, sempre que possível, confiar em estabelecimentos que sigam normas rígidas de manipulação e conservação.
7. Queijos frescos mal armazenados
Queijos frescos, como minas e ricota, são ricos em água e pobres em sal, combinação que facilita a multiplicação de microrganismos. Se não forem bem acondicionados, tornam-se meios ideais para bactérias como Listeria monocytogenes. Logo, o ideal é manter os queijos frescos em recipientes limpos e fechados, sob refrigeração constante, e consumir em poucos dias.
8. Sopas e caldos deixados por muitos dias
Sopas e caldos concentram água e nutrientes dissolvidos, cenário perfeito para o crescimento bacteriano. A Clostridium perfringens, em especial, encontra nessas preparações condições perfeitas para se multiplicar — sobretudo quando o alimento é resfriado lentamente ou deixado em temperatura ambiente por longos períodos. Para reduzir riscos, recomenda-se dividir a preparação em pequenas porções, armazenar em recipientes herméticos e consumir em até três dias.
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9. Macarrão deixado por muitos dias
O macarrão, assim como o arroz, é um alimento rico em amido, o que facilita a sobrevivência e multiplicação do Bacillus cereus. Guardado por muito tempo, especialmente sem refrigeração imediata, o risco de contaminação aumenta. Além disso, quando consumido frio ou mal reaquecido, a possibilidade de acontecer uma intoxicação é ainda maior. A manifestação clínica costuma incluir vômitos súbitos e diarreia. Por isso, o ideal é consumir o macarrão no mesmo dia ou armazenar na geladeira por até 48 horas.
10. Alimentos mal higienizados
Mesmo sob baixas temperaturas, frutas, verduras e legumes sem higienização adequada podem oferecer riscos significativos. Resíduos de terra carregam bactérias como Escherichia coli, enquanto parasitas como Giardia lamblia permanecem viáveis. A refrigeração apenas reduz o ritmo de multiplicação, mas não elimina a contaminação. Para não ter problemas, lave bem os alimentos em água corrente e utilize solução de hipoclorito antes de armazenar.