Líder da Fórmula 2, paulista de 20 anos será o 32º piloto brasileiro na história da categoria. País não tinha titular no grid desde saída de Felipe Massa, no fim de 2017.
Depois de sete anos de ausência, o Brasil está de volta ao grid da Fórmula 1, com Gabriel Bortoleto, anunciado hoje pela Sauber para a temporada 2025. Desde a aposentadoria de Felipe Massa, no fim de 2017, que o país não tinha um piloto titular na categoria — em 2020, Pietro Fittipaldi disputou duas corridas pela Haas, mas como reserva de Romain Grosjean, que havia sofrido um forte acidente. O paulista de 20 anos será companheiro de equipe de Nico Hulkenberg, atualmente na Haas. Ele será o 32º brasileiro na história da F1.
As negociações de Bortoleto com a equipe suíça avançaram até o acerto durante o último fim de semana, no GP de São Paulo, em Interlagos. Ele foi liberado do programa de desenvolvimento da McLaren para poder assinar um contrato de múltiplos anos com a Sauber, que foi adquirida pela montadora alemã Audi, que passará a controlar a equipe em definitivo em 2026:
— Este é um dos projetos mais empolgantes no automobilismo, senão em todos os esportes. Fazer parte de uma equipe que combina a rica história no automobilismo da Sauber e da Audi é uma verdadeira honra. Além de simplesmente ser um membro, tenho o objetivo de crescer com este projeto ambicioso e alcançar o auge do automobilismo. Sou imensamente grato pela oportunidade que a equipe me deu e pela chance de trabalhar ao lado de um piloto experiente como Nico. Ambos os programas têm um histórico comprovado de desenvolvimento de jovens talentos, e estou confiante de que, juntos, escreveremos nossa própria história de sucesso.
Líder da Fórmula 2, principal categoria de acesso à F1, Bortoleto passou a ser considerado pela Sauber após após uma grande exibição em Monza, na Itália, no início de setembro, quando venceu após largar do 22º e último lugar. Semanas depois, o brasileiro deu continuidade à temporada consistente e assumiu a ponta do campeonato.
A vaga na Sauber é a penúltima a ser definida para 2025 — resta apenas a Racing Bulls definir seu segundo piloto para o grid da temporada estar completo (confira). A equipe suíça é a última colocada do Mundial de Construtores deste ano. Porém, tem futuro promissor, por ter sido adquirida pela Audi, que assume o controle a partir de 2026.
Para ser escolhido pela Sauber, Bortoleto precisou superar a concorrência de diversos pilotos que também chegaram a ser considerados pela escuderia: Valtteri Bottas (atual titular da equipe), Mick Schumacher (reserva da Mercedes), Théo Purchaire (campeão da F2 em 2023) e Franco Colapinto (que assumiu a vaga na Williams no lugar de Logan Sargeant, mas não tem assento para 2025).
Um dos principais entraves na negociação era o fato de o brasileiro ser membro do programa de desenvolvimento da McLaren. A escuderia britânica via potencial no brasileiro, mas, por contar com uma das duplas mais fortes do grid (Lando Norris e Oscar Piastri), não conseguia prometer uma vaga de titular para Bortoleto a curto prazo.
A tradicional equipe britânica até tentou emprestá-lo para a Sauber, que só manifestou interesse em contratar o piloto caso fosse em definitivo. Em Interlagos, Andrea Stella, chefe da McLaren, deu indícios que aceitaria liberar o piloto:
— A McLaren não vai impedir a possibilidade de Gabriel pilotar na F1. Conversas estão em andamento — disse o chefe da McLaren, Andrea Stella, ao ser questionado sobre o assunto.
Bortoleto é agenciado pela A14 Management, empresa de Fernando Alonso, bicampeão mundial e atual piloto da Aston Martin.
Quem é Gabriel Bortoleto, novo brasileiro da F1
Nascido em São Paulo, Bortoleto começou no kart aos 7 anos e ganhou destaque internacional em 2018, ao chegar em 3º lugar nos campeonatos europeu e mundial júnior de kart. Em 2020, fez a transição para os monopostos e disputou a F4 Italiana, terminando a temporada em 5º lugar. Nos anos seguintes, fez duas temporadas na Fórmula Regional Europeia
Sua carreira decolou quando chegou na F3 em 2023. Correndo pela equipe Prema, ele foi campeão em seu ano de estreia. Em outubro, foi contratado para a academia de pilotos da McLaren. Este ano, estreou na F2 pela Prema, foi crescendo na temporada e assumiu a liderança em setembro.
Caso confirme o título este ano, Bortoleto terá conquistado a F3 e a F2 em sequência e em temporadas de estreia. Façanha obtida apenas por nomes como Charles Leclerc, George Russell e Oscar Piastri, três dos expoentes da nova geração da F1 e apontados como prodígios.