Não dá pra pensar nas festas dessa época do ano sem associar às quadrilhas. Presente em nossa cultura já nos tempos de escola, essa tradição teve origem bem longe das terras brasileiras, lá na França, nos séculos 18 e 19.
Origem
As quadrilhas se inspiraram nas ‘quadrilles’, uma dança dos salões da nobreza francesa. O tipo de coreografia que conhecemos hoje é resultado de adaptações feitas ao longo da história.
A quadrilha é uma ópera moderna com encenação, música ao vivo, coreografia, entradas e saídas de cenário, Lima Filho, Diretor da Associação das Quadrilhas Juninas de Campina Grande e Região.
Nos países europeus católicos, a festa junina era inicialmente chamada de “joanina” para homenagear São João. Trazida pelos portugueses para o Brasil, virou festa junina e foi incorporada aos costumes locais.
As quadrilhas de Caruaru e Campina Grande, dois dos destinos mais famosos para aproveitar essa época do ano, podem ter de 14 a 40 casais de bailarinos. Existem dois tipos de versão, a ‘matuta’ e a ‘estilizada’.
A primeira é a mais tradicional, com coreografia, figurinos e trilhas sonoras clássicas. Já a quadrilha estilizada é mais conhecida pela criação de verdadeiros espetáculos com uma coreografia mais moderna.
Nas quadrilhas, o tema principal costuma ser os casamentos. A linha de frente é puxada justamente pelos noivos e a rainha, personagem que representa a colheita do milho.
Cada apresentação tem 25 minutos de duração geralmente. As quadrilhas profissionais podem levar até seis meses ensaiando e custam em torno de R$ 200 mil.
Os passos
Apesar das adaptações, as quadrilhas ainda mantêm algumas referências às suas origens francesas. Palavras como ‘anarriê’, ‘anavantur’ e ‘sangê’ foram inspiradas por ‘en arrière’, ‘en avant tout’ e ‘changer de dame’, respectivamente.O ‘anarriê’ pede que os casais voltem em marcha ré até o ponto inicial da quadrilha. As duplas se separam em duas filas de homens e mulheres, o famoso ‘cavalheiros em frente às damas’.
‘Anavantur’ é o comando para os homens tomarem as damas pelas mãos. Neste passo, o casal segue até o centro do salão e encontra com a fila da frente.
O ‘sangé’ é diretamente ligado à tradução do francês, algo como ‘trocar a dama’. Os homens rodam as mulheres pela esquerda, passando-as para trás. As trocas vão acontecendo até os casais originais se encontrarem de novo.
A quadrilha ainda possui outros comandos mais autoexplicativos e conhecidos por todos. É o caso do ‘olha o túnel’, ‘caminho da roça’, ‘olha a chuva’, ‘cestinho de flores’, ‘a ponte caiu’ e mais…