Agora pacientes encontram cirurgias, tratamentos e novas tecnologias que oferecem alternativas para quem quer enxergar melhor sem depender das armações.
De acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 35,8 milhões de pessoas usam óculos de grau no país. Problemas de visão como miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia, conhecida como “vista cansada”, são os principais motivos que levam alguém a usar as armações. Com um número tão expressivo, uma pergunta é comum entre quem possui essa necessidade: é possível se livrar dos óculos de grau?
Seja pela praticidade, seja por questões estéticas, aposentar as armações é um desejo de muitos e, para essas pessoas, é algo que pode virar realidade. De acordo com o médico Cesar Barbieri, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e especialista em cirurgia refrativa e catarata, livrar-se dos óculos é, sim, possível.
“Existem, basicamente, duas formas para isso. Uma seria por uma forma mais tradicional, mais conservadora, que é o uso de lentes de contato, e outra somente por meio de uma intervenção cirúrgica”, explica o médico que atua no Centro Capixaba dos Olhos (CCOlhos), referência capixaba neste tipo de cirurgia.
Inclusive, as cirurgias que podem ser realizadas para melhorar a visão, a princípio, são a refrativa, procedimento que corrige miopia, hipermetropia e astigmatismo; e a de catarata, doença que causa perda progressiva da visão. Entretanto, Barbieri ressalta que tudo depende do tipo e do grau da correção visual necessária, da idade do paciente e das condições de saúde dos olhos.
Cirurgia de correção de grau já é feita a laser
Para quem quer resolver o problema de uma vez, a cirurgia refrativa surge como uma boa opção. Hoje, existem dois tipos de intervenções deste tipo: a de superfície, em que a córnea tem a curvatura modificada por um laser que modela o grau do paciente e a intraocular, em que se coloca uma lente com o grau adequado para substituir a lente natural do olho.
Para esses procedimentos, a idade deve ser levada em consideração. “Nenhuma das duas cirurgias pode ser feita em menores de 18 anos. A partir dessa idade, a cirurgia de superfície já pode ser feita, mas a cirurgia intraocular é voltada para pessoas com mais de 40 anos”, afirma Cesar.
O médico também ressalta que a cirurgia não é indicada para todos e cabe a um oftalmologista avaliar o paciente, identificando se a anatomia do olho é favorável para um procedimento desse porte ou se a expectativa de melhora será atendida com a cirurgia.
“Falo isso pois na cirurgia de superfície, o resultado não é permanente. Uma vez que o cristalino, que é a nossa “lente” original dos olhos, vai envelhecendo, outros problemas podem surgir como a vista cansada ou aumento de algum grau. Nesses casos, é bom avaliar com o paciente se ele deseja fazer o procedimento”, reafirma.
Já nas cirurgias intraoculares, Barbieri conta que o resultado costuma ser mais duradouro, a depender somente de outros problemas oculares que o paciente tenha. Ele ressalta que a lente, quando implantada, não envelhece e por isso a mudança de grau costuma ser muito pequena.
Se alguém tem desejo de corrigir o grau, mas está com medo da cirurgia, Barbieri tranquiliza: “a cirurgia oftalmológica hoje é uma das cirurgias mais realizadas do mundo e é extremamente segura. Aqui no CCOlhos, contamos com equipamentos, e uma estrutura completamente segura, com o tempo de recuperação dependendo apenas da técnica que será utilizada”, afirma.
Lentes de contato são opção segura
Mesmo assim, quem opta por não realizar uma intervenção cirúrgica ainda pode se livrar dos óculos. Para isso, a maneira mais fácil é o uso de lentes de contato, material colocado diretamente no olho para corrigir problemas de visão.
Em relação a elas, o doutor recomenda alguns cuidados. “Primeiramente, é preciso fazer uma avaliação do olho do paciente com um oftalmologista para saber qual é a melhor lente, como ela será adaptada a sua necessidade e se o material não vai causar desconforto, lacrimejamento ou irritação”, reforça.
Depois disso, o paciente também precisa manter cuidados no manuseio das lentes, garantindo a higienização do estojo, das próprias lentes de contato e também das mãos quando for colocá-las. “É preciso evitar ao máximo dormir de lentes e pessoas que têm contato com ambientes poluídos ou usam muita maquiagem precisam estar mais atentos a higienização, pois a lente acaba sujando mais”, diz o médico do CCOlhos.
Além disso, a qualquer sinal de incômodo ou problema, aí sim as lentes que devem ser aposentadas para o retorno dos óculos. Por estar em contato direto com a córnea, um tecido do olho muito frágil, qualquer lesão causada pode acabar resultando em um problema maior e, em alguns casos, até no comprometimento da visão.
Por isso, Barbieri afirma que uma consulta com um médico é essencial para encontrar e fazer a lente adequada para cada necessidade, sem procurar lojas e óticas que não forneçam acompanhamento.
“Somente uma consulta médica pode dizer qual é a melhor lente para cada paciente. Para fazer a lente de contato, não basta ter grau: você tem que ver a curvatura do olho, o filme lacrimal e uma série de situações anatômicas que podem interferir na adaptação da lente. No CCOlhos, fazemos toda essa avaliação”, conta.
Cirurgia de catarata também é saída para melhorar visão

CCOlhos conta com aparelhos tecnológicos para medição de lente intraocular, usada na cirurgia de catarata
Um dos problemas de visão mais recorrentes e que incomoda muito os pacientes é a catarata, doença que surge com a opacificação do cristalino, a lente natural do olho, que pode levar a perda progressiva da visão.
A doença, inclusive, pode acontecer em qualquer idade. “Hoje, a disfunção do cristalino pode acontecer mais precocemente, afetando pessoas que têm muito contato com telas e luzes, visto que nossa exigência visual aumentou”, afirma.
O médico ainda explica que, hoje, a catarata é operada também com fins refrativos, corrigindo o grau da pessoa com a colocação de uma lente intraocular que corrige hipermetropia, miopia e astigmatismo, assim como a vista cansada.
“Com isso, a pessoa ganha uma independência dos óculos, precisando da utilização apenas para atividades pontuais, já que visão é algo subjetivo. Aqui no CCOlhos, temos equipamentos fantásticos que dão muita segurança no diagnóstico, planejamento e execução da cirurgia, o que garante uma recuperação rápida de um a dois dias”, aponta.