O mercado de dobráveis ganha três novos modelos, com o lançamento dos Fold 7 e dos Flip 7 e Flip 7 FE – que estão previstos para chegar ao Brasil até o fim do mês. A categoria está crescendo, mas preço e durabilidade ainda são barreiras, segundo especialistas.
O que aconteceu
Categoria de celulares dobráveis está presente no Brasil há 6 anos. Em 2019, a Samsung mostrou o Galaxy Fold, que dobra como um livro, enquanto a Motorola exibiu o Moto Razr, que dobra como uma concha e que remonta ao clássico V3…
Produtos ainda são de nicho, representando entre 0,5% e 0,6% do mercado no Brasil, mas setor tem crescido. Segundo dados da consultoria de mercado IDC, houve um aumento de 28,4% nas vendas de dobráveis (flip e fold) em 2024 comparado com o ano anterior…
O principal desafio para a popularização da categoria, seja fold ou flip, é o preço, segundo especialistas. “O preço dos dobráveis no Brasil é 3,3 vezes maior que de um telefone convencional. Eles têm preço médio de US$ 956, cerca de R$ 5,3 mil, enquanto o valor médio de aparelhos é de US$ 282, cerca de R$ 1.560”, segundo Francisco Jerônimo, vice-presidente de pesquisa da consultoria de mercado IDC. A título de comparação, os lançamentos da Samsung deste ano custam nos EUA: Z Fold 7 (US$ 1.999 – cerca de R$ 10.900, em conversão direta), Z Flip 7 (US$ 1.099 – cerca de R$ 6 mil) e Z Flip 7 FE (US$ 899 – cerca de R$ 4.910)…
Outra questão tem relação com as especificações de alguns aparelhos. Por mais que dobráveis tenham boas configurações, nem sempre o formato do dispositivo é o fator determinante para a aquisição
Atualmente, tem quem goste do formato, porém há ainda um grande público que não vê valor, pois o preço de um dobrável costuma ser próximo de modelos top de linha convencional
Tina Lu, analista sênior da consultoria Counterpoint Research…
Existe ainda uma dúvida sobre a duração de aparelhos e a falta de experiência do público com um desses. Analistas dizem que as pessoas ainda questionam se celulares dobráveis são tão resistentes quanto os convencionais, e tem gente que não vê ainda valor no formato, seja por não conhecer ou por não gostar mesmo.
A grande maioria não teve a possibilidade de utilizar um dobrável e quem teve experiência numa loja não ficou impressionado – muitos desses aparelhos são grandes, pesados e caros. Quando não há entusiasmo, é difícil justificar o preço alto
Francisco Jerônimo, vice-presidente de pesquisa da consultoria de mercado IDC…