Resultado mostra estabilidade ante 2023 em meio cenário de dólar em alta e juros pressionados.
As compras de Black Friday devem movimentar R$ 5,22 bilhões no comércio brasileiro neste ano, mostrando estabilidade ante o mesmo período do ano passado, segundo projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) publicadas nesta quinta-feira (21).
Caso se concretize, o resultado será 0,4% acima do visto em 2023. Segundo a CNC, a alta moderada reflete os desafios econômicos do quadro brasileiro.
Um dos pontos é a taxa de câmbio, que encerrou o ano em R$ 4,89 e foi e fechou acima de R$ 5,81 nesta sessão – avanço de 19% -, encarecendo a compra de importados.
A entidade também apontou os juros, atualmente em 11,25% e em tendência de alta, como dificuldades para aquisição de crédito para compra de bens duráveis.
Para o economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes, a macroeconomia é um obstáculo.Play Video
“A flexibilização recente da política monetária trouxe algum alívio, mas o crédito ainda é um fator restritivo, especialmente para bens de maior valor agregado”, pontua.
Eletrônicos e móveis lideram vendas
O levantamento mostrou que itens de e móveis eletrônicos estão entre as maiores preferências dos consumidores. Somados, os grupos têm 46% das vendas previstas, a R$ 1,23 bilhão e R$ 1,18 bilhão, respectivamente.
Outros ramos com destaque são o de vestuário, calçados e acessórios, que deve movimentar aproximadamente R$ 1 bilhão, e o de hiper e supermercados, com expectativa de faturamento de R$ 960 milhões.
Apesar dos cenário de desafio, o varejo aposta na expansão de produtos importados. A expectativa é alta de 22% nas importações de bens de consumo duráveis e semiduráveis entre agosto e outubro de 2024, totalizando US$ 205,49 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Potencial de descontos
A pesquisa da CNC ainda monitorou variações de preços dos itens mais buscados pelos consumidores nos últimos 40 dias.
Cerca de 55% dos produtos analisados apresentaram tendência de redução de preços, especialmente ventiladores e tênis femininos, que registraram quedas de até 15% e 13%, respectivamente.
Em contrapartida, itens com alta procura, como ar-condicionado e televisores, mantiveram os preços estáveis.
“Pela metodologia da CNC, os itens com maior potencial de desconto são aqueles que já apresentavam uma queda de preços consistente antes do evento”, explica Bentes.
Produtos com preços estáveis ou em leve alta são considerados de baixo potencial de desconto.