Prestes a estrear no Rock in Rio, Chitaozinho e Xororó preparam o lançamento do disco que leva o nome de batismo da dupla: “José e Durval”. O título é a forma que eles encontraram de se apossar de uma espécie de nova persona e criar um álbum que foge às regras e tradições formais da música sertaneja. “Para nós, é um som forte, diferente, ousado”, diz Chitãozinho.
Xororó contou que o projeto do novo álbum começou a nascer ainda na pandemia de covid-19. Em audição exclusiva realizada no estúdio VIP, com a presença de poucos jornalistas, na Vila Mariana, em São Paulo, na última quinta-feira (12), ele disse que, isolado em casa com toda a família, decidiu mexer no baú de músicas nunca lançadas e acabou encontrando algumas que mereciam nova chance.
As canções começaram a ganhar corpo no diálogo dele com o diretor musical e arranjador da dupla, Claudio Paladini. Júnior, o filho do músico que fez dupla com a irmã, Sandy, ao ver as músicas em que o pai estava trabalhando, disse que tinha a ver com o trabalho do produtor Felipe Vassão, que também produzia seu disco solo, lançado este ano (2024). Xororó não hesitou em enviar o material.
Vassão, acostumado a trabalhar com bandas de rock e novos artistas da música brasileira independente, além de produzir trilhas publicitárias, assumiu o projeto e começou a trabalhar com Paladini. Era o início de uma nova fase da carreira de Chitãozinho e Xororó, depois de mais de 50 anos de estrada.
“José e Durval”, o disco, é composto por arranjos mais ligados à estrutura do rock e tem o trio guitarra, baixo e bateria como núcleo central das músicas. Mas não para por aí, porque entram outras influências de gêneros que os irmãos gostam de ouvir e pesquisar. Além da música romântica, tem country, folk, pop, bolero e chamamé. “Vocês acham que a gente enlouqueceu?”, pergunta Chitãozinho após a execução de uma das músicas, durante a audição. “Eu costumo dizer pro Chitão: ‘véio, pode tudo'”, brinca Xororó.
A ousadia e alegria que a dupla reivindica ao anunciar a nova obra é explicada por Pala (como é carinhosamente chamado Paladini): “o grande mérito do Chitãozinho e Xororó é não colocar fronteiras na música, entre os estilos. O respeito que eles têm por outros gêneros, eles trazem também para o gênero deles e fazem um grande mashup: uma mistura de tudo”. Querer fazer algo novo e experimentar em outras áreas, explica Chitãozinho, não é para parecer diferentão, é a realização de um desejo pessoal para se manter motivado.
Inclusive, quem já assistiu ao show da dupla, sabe que eles não economizam na eletricidade dos instrumentos no palco, se aproximando mesmo de um show de rock, com muitos solos e distorções que contrastam com a voz aguda que consagrou os irmãos. Assim, o disco teve um pouco da premissa de trazer a performance ao vivo para o estúdio. E sem deixar de lembrar que esta é uma marca de Chitãozinho e Xororó desde o início da carreira, quando insistiram em usar a guitarra para cantar música caipira. Era o início do sertanejo como ele estouraria na década de 1990.
E não são só os arranjos de rock que prometem chocar o público mais tradicional da dupla. Eles também surpreendem nas participações e ao cantar em inglês e, pasmem, em japonês. Mas nada é aleatório em “José e Durval” e cada escolha guarda uma longa história por trás. Então deixo aqui alguns spoilers, mas não todos!
Vassão, acostumado a trabalhar com bandas de rock e novos artistas da música brasileira independente, além de produzir trilhas publicitárias, assumiu o projeto e começou a trabalhar com Paladini. Era o início de uma nova fase da carreira de Chitãozinho e Xororó, depois de mais de 50 anos de estrada.
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“José e Durval”, o disco, é composto por arranjos mais ligados à estrutura do rock e tem o trio guitarra, baixo e bateria como núcleo central das músicas. Mas não para por aí, porque entram outras influências de gêneros que os irmãos gostam de ouvir e pesquisar. Além da música romântica, tem country, folk, pop, bolero e chamamé. “Vocês acham que a gente enlouqueceu?”, pergunta Chitãozinho após a execução de uma das músicas, durante a audição. “Eu costumo dizer pro Chitão: ‘véio, pode tudo'”, brinca Xororó.
A ousadia e alegria que a dupla reivindica ao anunciar a nova obra é explicada por Pala (como é carinhosamente chamado Paladini): “o grande mérito do Chitãozinho e Xororó é não colocar fronteiras na música, entre os estilos. O respeito que eles têm por outros gêneros, eles trazem também para o gênero deles e fazem um grande mashup: uma mistura de tudo”. Querer fazer algo novo e experimentar em outras áreas, explica Chitãozinho, não é para parecer diferentão, é a realização de um desejo pessoal para se manter motivado.
Inclusive, quem já assistiu ao show da dupla, sabe que eles não economizam na eletricidade dos instrumentos no palco, se aproximando mesmo de um show de rock, com muitos solos e distorções que contrastam com a voz aguda que consagrou os irmãos. Assim, o disco teve um pouco da premissa de trazer a performance ao vivo para o estúdio. E sem deixar de lembrar que esta é uma marca de Chitãozinho e Xororó desde o início da carreira, quando insistiram em usar a guitarra para cantar música caipira. Era o início do sertanejo como ele estouraria na década de 1990.
E não são só os arranjos de rock que prometem chocar o público mais tradicional da dupla. Eles também surpreendem nas participações e ao cantar em inglês e, pasmem, em japonês. Mas nada é aleatório em “José e Durval” e cada escolha guarda uma longa história por trás. Então deixo aqui alguns spoilers, mas não todos!
A primeira participação que surge no álbum é a da cantora Simone Mendes, em “Romance de Filme”, uma canção sobre o amor em que um casal briga e os dois saem perdendo. Para Chitãozinho, a música é a mais popular do disco e a que tem mais chance de se tornar um hit. Tanto Chitãozinho quanto Xororó se declararam fãs da cantora baiana e dizem que ela era a voz certa para interpretar a canção.
Cantar em japonês, que história é essa? Lembram quando uma versão do mega hit “Evidências” viralizou sendo cantada na língua nipônica pela banda Begin? Eles tocaram juntos em um evento da cultura japonesa em São Paulo ainda em 2015 e mostraram a versão no programa Altas Horas, da TV Globo. Mas, agora, foi a vez de Chitãozinho e Xororó contatar a banda para gravar algo da cultura deles. E é aí que surgiu a versão de uma música que acabou intitulada como “Nada Sou” —e, mais do que isso, não conto.
A última parceria de “José e Durval” já não é mais segredo: a música “Camadas”, da banda emo do Rio Grande do Sul Fresno, encerra o álbum que tem, ao todo, 15 faixas, sendo13 inéditas. Assim como a duração do disco não atende ao atual apelo das redes sociais e plataformas de streaming, ávidas pela velocidade dos hits que podem se encaixar em formatos de posts.
A parceria também foge às convenções do esperado pelo público da música sertaneja, que cada vez mais flerta com o pop, o funk e o eletrônico. Mas a dupla se diz satisfeita e muito feliz com o convite de Lucas, vocalista da Fresno, e acha que ele tinha razão ao dizer que a composição tinha muito a ver com eles. A versão que já está disponível nas plataformas é a do single lançado por Fresno.
Outra curiosidade sobre o nome do disco é que ele pega o embalo do sucesso junto ao público da série “As Aventuras de José e Durval”, produzida pelo Globoplay e que estreia em breve na TV aberta. Das poucas músicas não inéditas que a dupla regravou está “Nossas Divergências”, que saiu originalmente em 1987, no álbum “Meu Disfarce”.
Assim, o disco mescla um repertório de inéditas e regravações, mas com todas as faixas vestidas com roupas novas. Sua estreia, na sexta-feira (20), será acompanhado de vídeo gravado no heliponto de um edifício à beira da marginal Tietê, em São Paulo, que começa junto ao pôr do sol na cidade e segue ao longo da noite. Ao menos quando gravaram, no começo de agosto, a fumaça das queimadas ainda não tomava o céu da capital do estado.
O lançamento do disco acontece um dia antes da apresentação de Chitãozinho e Xororó no Rock in Rio, acompanhados da Orquestra Sinfônica de Heliópolis, tendo como convidados especiais Luan Santana, Ana Castela e Júnior Lima. A música nova que estará no repertório é a romântica “A Gente Grita”, mas, claro, não faltarão hits, como “Evidências” e “Fio de Cabelo”. “A gente vai fazer um show para o povo do Rock in Rio cantar como cantou lá em Barretos”, garante Chitãozinho.