PLANO SAFRA ES

Espírito Santo lança plano de crédito rural de R$ 10 bilhões com foco em setores afetados pelo tarifaço;

Foi lançado nesta segunda-feira (04) o Plano de Crédito Rural 2025/26 para o Espírito Santo. A nova edição do programa chega embalada por um desempenho recorde na safra anterior (2024/25), que registrou um crescimento de 25,8% na aplicação de crédito rural, saltando de R$ 7,14 bilhões para R$ 8,98 bilhões.

A expectativa do governo estadual é manter a trajetória de expansão e, mais uma vez, superar a média nacional, que apresentou retração de 11,2% no último ano.

Para a nova safra, o plano capixaba prevê R$ 9,8 bilhões em crédito, distribuídos em 47,1 mil contratações. Somando recursos das Cédulas de Produtor Rural (CPRs), estimados em R$ 1,7 bilhão com 6,2 mil contratos, o total de crédito disponibilizado ao setor agropecuário capixaba chega a R$ 11,5 bilhões, contemplando mais de 53,2 mil operações.

Foco na agricultura familiar e nos setores prejudicados pelas tarifas

agricultura familiar segue como prioridade, com meta de R$ 2,8 bilhões em crédito para 32.669 operações. Já a agricultura tradicional (não familiar) terá acesso a R$ 7 bilhões, com previsão de 14.401 contratos.

As áreas estratégicas para aplicação dos recursos também foram definidas, com prioridade para as cadeias produtivas mais impactadas pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Estão entre elas: cafeicultura, pecuária de leite, fruticultura, pesca, cultivo protegido, irrigação, sistemas de produção sustentáveis e especiarias como pimenta-do-reino e gengibre.

O governador Renato Casagrande destacou a importância do crédito com juros equalizados como uma ferramenta para enfrentar momentos de crise no campo:

“Esses recursos vêm para que tenhamos capacidade de aumentar nossa produção e produtividade. A orientação é que as instituições financeiras priorizem os setores afetados pelo tarifaço, como café, gengibre e pimenta-do-reino. Essa medida ajuda a mitigar os efeitos, mas não substitui a necessidade de articulação diplomática com os Estados Unidos”, afirmou.

Novidades do plano: pequenas barragens

Uma das novidades do programa é o lançamento do Programa de Financiamento de Pequenas Barragens, que vai destinar R$ 60 milhões para obras hídricas com juros de 4% ao ano para a agricultura familiar. O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) assinou o primeiro contrato da nova linha de crédito durante o evento.

Além disso, foi assinada a proposta de um projeto de lei que autoriza o uso de crédito outorgado de ICMS para a instalação de redes trifásicas no meio rural, medida que deve contribuir para o fortalecimento da infraestrutura nas propriedades agrícolas.

Instituições participantes

Participam do programa as instituições: Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banestes, Caixa, Cresol, Sicredi, Sicoob Espírito Santo e Bandes.

O Sicoob ES será responsável por R$ 4 bilhões do montante total, com a expectativa de beneficiar mais de 15 mil cooperados. Presente no Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo, a cooperativa destaca sua atuação histórica junto ao setor agropecuário capixaba.

Segundo Nailson Dalla Bernadina, diretor-executivo do Sicoob ES, a cooperativa opera em toda a cadeia do agro e tem papel relevante no financiamento de projetos de diversificação de renda no campo, como agroturismo e agroindústrias.

“Somos o maior operador de CPR no estado e pretendemos ultrapassar R$ 1 bilhão nessa linha. Atendemos da agricultura familiar às grandes agroindústrias, apoiando desde a cafeicultura e pecuária até iniciativas de agregação de valor. Queremos fomentar não só a produção, mas a forma como o produtor se conecta com o consumidor”, explicou.

Governo busca alternativas para superar o impacto das tarifas

O secretário de Agricultura, Enio Bergoli, explicou que o estado está atuando em três frentes para mitigar os impactos do tarifaço imposto pelo governo dos EUA: articulação diplomática com apoio do governo federal; diversificação de mercados internacionais; e revisão de exigências internas que elevam os custos da exportação.

“Temos produtos como mamão, pescado e gengibre que foram duramente atingidos. O Espírito Santo é o maior exportador de mamão do Brasil, e 98% do pescado capixaba vai para os EUA. Precisamos abrir mercados como China, México e Inglaterra”, destacou Bergoli.

Ele também defendeu o fortalecimento da agricultura familiar, que representa cerca de 75% das propriedades do estado

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