SEM POSTO

‘Inimigos’ do posto: carro híbrido roda mais de mil km sem abastecer?

‘Carro faz mais de 1.000 km’. Ou 1.200 km. Ou até 1.450 km! Você já deve ter visto por aí algumas propagandas que exaltam quanto seu determinado carro consegue rodar com apenas um tanque de combustível. E é verdade? Sim. Mas como alguns modelos atuais atingem esse número até então impensável tempos atrás? Existem alguns fatores que levam um híbridos, seja pleno (HEV) ou plug-in (PHEV), a atingir tal proeza.

O primeiro é justamente este citado acima: híbrido – ou super-híbridos. A parte elétrica vem para aumentar a eficiência do motor a combustão e, claro, ajudar bastante na autonomia. Porém, para entender o impacto da eletrificação, é necessário, antes, revisitar as limitações desses motores convencionais. Nesses veículos, o motor está intrinsecamente ligado à rotação das rodas por meio da transmissão. Isso significa que, ao acelerar ou desacelerar, o motor também varia sua rotação drasticamente, operando em diferentes regimes.

O problema inerente a essa variação contínua é que a eficiência térmica de um motor a combustão dificilmente é atingida. Estes motores têm temperatura e rotação ideais para atingirem sua melhor eficiência, convertendo o combustível em movimento, além de minimizar as perdas por calor e atrito…

No entanto, na maior parte do tempo, em uma condução convencional, o veículo não está rodando na ‘faixa’ de eficiência adequada. O motor está constantemente variando entre regimes de 3 mil, 5 mil ou até mesmo 800 rpm.

Especialistas dizem que, se um motor cuja eficiência térmica é de 35% no máximo, ele vai entregar 25%, 28% ou 30% na marcha lenta, por exemplo. Isso significa que, na maior parte do tempo, você está jogando mais combustível do que deveria se estivesse girando na rotação que entrega a maior eficiência…

Os primeiros híbridos deram um passo do melhor consumo energético, no qual um motor elétrico auxilia o propulsor a gasolina, especialmente em baixas velocidades. Mas a unidade a combustão ainda era a principal responsável por fazer o carro andar. E, portanto, estava sujeito às variações de rotação e, consequentemente, ainda perdia eficiência.

O passar do tempo e o avanço da tecnologia culminaram nos híbridos plenos ou em série, em que o motor elétrico passa a movimentar praticamente o carro sozinho e o a combustão serve basicamente como um gerador…

Nesta condição é possível manter a rotação constante do motor e naquela faixa de altíssima eficiência. Ou seja, gasta-se menos combustível. O pacote é completado pelo motor elétrico, que tira o carro da inércia e que tem uma eficiência que chega próxima dos 100%.

Baterias cada vez maiores
Vale ressaltar que os motores a combustão também evoluíram com o tempo e que, atualmente, trabalham perto da máxima eficiência graças à novas tecnologias de materiais mais leves, com sistema de refrigeração separado entre cabeçote e bloco de motor, com sistemas EGR mais eficientes, com resfriamento da válvula de recirculação dos gases de escapamento e na admissão com injetores que pulverizam melhor o combustível dentro da câmara de combustão. Hoje não é difícil encontrar motores que consigam fazer 13, 14, 15 ou mais km/l…

Paralelamente a isso, fabricantes estão instalando grandes baterias e, consequentemente, autonomia nos carros. Márcio Severine, sócio-diretor da Mobilitas Tecnologia e Energia e integrante do Conselho Diretor e Diretor de Infraestrutura da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), corrobora com a tese e diz que para um carro rodar 1.000 km precisa ser “especialmente eficiente e que combine uma bateria de maior capacidade e um tanque de combustível de bom tamanho”. E faz uma conta básica.

“Supondo que o modelo tenha uma bateria com autonomia elétrica de 120 km, somada a uma autonomia a combustão de 880 km (tanque de 55 litros e consumo médio de 16 km/litro), teremos uma autonomia total de 1.000 km”, aponta. Os PHEVs, vale lembrar, ainda aceitam carregamento externo (sem gastar combustível), o que é um diferencial e aumenta consideravelmente o alcance.

Severine acrescenta ainda alguns elementos que fazem os veículos chegarem a estes números superlativos. “Capacidade da bateria, sistema de regeneração de energia, que recarrega a bateria durante as frenagens e desacelerações, aumentando a eficiência e gestão inteligente de consumo, o modo de condução de alguns veículos alterna os motores conforme necessário para otimizar o consumo de combustível e eletricidade”, completa…

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