ELEITO O MELHOR

Conheça Bruno Vilaça, capixaba eleito o melhor agente de viagens do Brasil

Bruno Vilaça acaba de ser eleito o melhor agente de viagens do Brasil, prêmio concedido pelo Panrotas, um dos principais portais de turismo para profissionais do setor.

Era 2006. Após trabalhar alguns anos na aviação, Bruno Vilaça viu a Varig – a primeira companhia aérea do Brasil – encerrar suas operações no país. “Foi nesse momento que resolvi abrir a minha agência de viagens. Com a mesma mão chorosa que eu fechei as portas da sede da Varig, meses depois abri a Superviagem”. 

Dezenove anos depois, Bruno olha com orgulho a trajetória. O capixaba acaba de ser eleito o melhor agente de viagens do Brasil, prêmio concedido pelo Panrotas, um dos principais portais de turismo para profissionais do setor do país. Para chegar nos nomes dos vencedores, a organização consulta mais de 400 fornecedores do mercado, como companhias aéreas, hotéis, agências de viagens e operadores.

“A categoria de agentes de viagem, como são muitos no Brasil, é a mais pulverizada. Eles nunca tinham divulgado esse ranking dos vencedores. Eu já tinha figurado entre os dez do país, mas esse ano foi a primeira vez que eles divulgaram quem foi o primeiro”, conta.

Bruno aprendeu logo cedo o gosto pelas viagens. “Meu pai sempre foi um grande incentivador e não poupava esforços para nos levar Brasil afora, dentro de suas possibilidades. Ele sempre organizava grupos de amigos para viajar durante as férias. Eu me espelhava muito nisso, adorava colecionar o Guia Brasil Quatro Rodas, que tinha uma edição anual com todos os hotéis e passeios do Brasil, era como gibi para mim”. 

A primeira viagem internacional, voando de Vasp, foi para Buenos Aires. Mas tudo mudou quando foi para Nova York, em 1998. “Percebi que aquele mundo que parecia tão inatingível era possível”. Nunca mais parou. Cursou Turismo e estagiou na Rio-Sul Linhas Aéreas, até ficar seis anos na Varig. Hoje é um dos empresários de turismo mais bem-sucedidos do país e a sua agência é referência por quem entende do assunto. Em 2019, por exemplo, a Superviagem passou a integrar a rede Virtuoso, composta pelas melhores agências de viagens de lazer de luxo do mundo, onde a entrada é apenas mediante convite. Além do Brasil, há membros em toda a América Latina e Caribe, América do Norte, Europa, Ásia, Oceania, África e Oriente Médio.

A nossa conversa aconteceu na última quinta-feira (17 de abril), durante a sua conexão no aeroporto de Milão, enquanto ele viajava de férias com o marido. “Estamos indo para os países nórdicos que sempre foi uma uma grande vontade”. No roteiro Oslo, Helsinque, Copenhague e Tallinn. Na entrevista, o capixaba fala sobre as tendências do turismo, o mercado de luxo, os clientes famosos e a felicidade de ter carimbado o passaporte 77 vezes. Até agora.

Você foi escolhido o melhor agente de viagens do país. Qual é a importância desse prêmio?

Prefiro encarar como agente de viagem mais lembrado pelo mercado, pelos meus fornecedores. E isso eu acho que é pelas boas relações que a gente estabeleceu com os nossos fornecedores ao longo de tantos anos. Esse ano eu completo 25 anos de trabalho na indústria do turismo, então eu prefiro encarar dessa forma e pelo caminho que foi percorrido nessas últimas duas décadas. Já tinha figurado nesse ranking, entre os 10 agentes, em outros três anos, mas é a primeira vez que eles divulgam a colocação do ranking.

Foi difícil chegar lá, sendo um dos principais profissionais do Brasil, mesmo trabalhando de Vitória?

Isso é muito bacana e me deixa bem orgulhoso, porque mesmo estando fora do eixo Rio-São Paulo, ser lembrado por eles que estão majoritariamente lá, é muito legal. Ainda mais a Superviagem, sendo uma agência de viagens boutique, atuando no segmento de nicho, isso me deixa muito orgulhoso. Temos as nossas dificuldades, nunca é um caminho linear e fácil, então quando a gente vê, chega num momento e vê um reconhecimento desse, é sempre muito gratificante.

Como começou na carreira? 

O caminho sempre foi muito natural, porque desde criança eu nunca me vi trabalhando numa área diferente. Gosto de dizer que os gibis que lia eram o Guia Brasil Quatro Rodas, adorava aquilo. Ajudava meus pais a organizar as viagens e também os amigos, além da excursão da escola. Meu primeiro trabalho foi na aviação, trabalhei na Varig até ela encerrar suas operações no país. Depois resolvi abrir a Superviagem, em 2006.

Com a mesma mão chorosa que eu fechei as portas da sede da Varig, meses depois abri a minha agência. Hoje é a minha vida e estou muito feliz e não tem nenhum caminho diferente

Como é trabalhar com o mercado de luxo?

Hoje eu posso dizer que o mercado de alto padrão tá no nosso DNA e é muito desafiador, que a gente lida com um público muito exigente e que a gente tem que criar viagens e experiências muito únicas e particulares. Temos que fugir do senso comum. É uma relação quase que de amigo, psicólogo, uma relação muito próxima e íntima com o nosso cliente. Acho que esse é o nosso principal desafio no dia a dia. A gente tem que estabelecer essa relação. Então quando você tem essa conexão, acontece essa mágica entre o cliente e o agente de viagens. 

O que te entusiasma em ser um agente de viagens?

O que mais me entusiasma é essa customização da vontade do cliente, é ler esse desejo, que às vezes ele nem sabe, e aí você traduz essa vontade numa viagem e experiência. E quando você estabelece essa relação, quando a pessoa me procura eu já sei o que ela quer. Sei qual o hotel a pessoa vai gostar mais, qual é o quarto. Nem sempre é o hotel mais caro. O que mais me encanta é conseguir personalizar uma viagem para cada pessoa. Quando eu olho para pessoa e vejo que isso atingiu em alguma característica pessoal dela, isso é o que mais me deixa feliz.

O turismo segue crescendo em 2025?

O turismo ele é muito cíclico e ao mesmo tempo é muito sensível a tudo que está acontecendo no mundo. O turismo é a globalização, então ele tá totalmente ligado a tudo que acontece no mundo. Posso falar que ele tá crescendo ao mesmo tempo que a gente sente tudo que está acontecendo no mundo. É uma atividade que nunca para, porque ao mesmo tempo que é muito resiliente, ela tem os seus altos e baixos em algum momento. Nesse momento eu acho que o turismo está e se mantém muito forte. No pós-pandemia a gente tá numa crescente e numa estabilidade sem precedentes.

Quais são as principais tendências de turismo para os próximos anos?

Eu acho que o turismo é tudo sobre tendências. Mas posso destacar três que tenho visto muito forte nos últimos tempos. As viagens multigeneracionais, que são cada vez mais as famílias inteiras viajando juntas. Os avós, os filhos e os netos, ou só os avós e os netos, ou as famílias grandes viajando juntas. Isso voltou muito forte nos últimos anos. Outra coisa que a gente tem visto são as viagens mais demoradas, o ‘slow travel’. As pessoas tendem a fazer uma viagem mais demorada e curtir mais cada lugar. E tudo tem a ver com o terceiro ponto, que são as viagens com o foco de wellness, e não estou nem falando de SPA ou coisas holísticas, mas de uma viagem que você pensa mais em você, no seu sono, onde você vai cuidar da alimentação, de querer ter uma rotina melhor da que você tem no dia a dia, e o cliente vai voltar melhor para casa. 

Quais destinos e países estão em alta e porque?

Se a gente for falar de novidades, eu escolho a Arábia Saudita, de onde acabei de chegar. É  um destino que vai vir com tudo nos próximos meses e anos, que é um país que tem  investido muito e que está totalmente preparado para receber o turismo de uma forma muito sofisticada, e que vai juntar modernidade e sofisticação com muito apego a sua história e ao seu passado. Voltei muito impressionado de lá e vejo as pessoas com interesse de irem para lá. Outros destinos que estão muito em alta é o Japão. A gente brinca dizendo que está todo mundo no Japão. A Ásia como um todo, a gente vê muita gente falando da Coreia do Sul e do Sudeste Asiático. Sobre a África, vemos as pessoas com desejo do safári, desse contato com a natureza e com a cultura africana, que é uma coisa muito única. E outro destaque, de forma mais generalista, é o destino afetivo, que vai depender de cada pessoa. 

A pessoa quer ir para o lugar que faça sentido para ela. Isso é o extremo da personalização e da afetividade

Você tem vários clientes famosos como Marcus Majella, Bruna Marquezine… O que eles querem quando te procuram?

Acho que esses clientes, assim como todos os outros, querem alguém para confiar e que tenham uma relação de intimidade. Um dos nossos grandes ativos são esses clientes que chegam por uma indicação do boca a boca, porque a gente não faz marketing e nem divulgação nas mídias, então todos esses clientes, sendo famosos e não famosos, vêm por indicação de alguém que gostou do nosso trabalho e do que a gente fez. Isso é o nosso maior ativo e uma das coisas que mais nos enche de orgulho.

Como a Superviagem resistiu durante a pandemia? 

Você fala de pandemia, vem um déjà-vu, de tanta coisa que aconteceu, que foi uma pedra no caminho, e não só da gente. Foi uma pedra no caminho de todo mundo, a gente foi bastante afetado. O turismo e o nosso setor foram praticamente interrompidos durante esse período, mas eu acho que todo mundo teve seus desafios, teve que enfrentar de alguma forma, foi duro, foi difícil pra todo mundo que encarou isso de frente. A gente enfrentou com muita resiliência e muita calma. Tivemos que parar, respirar e ter a consciência que o turismo é cíclico, as coisas não iam ser pra sempre. Acho que era esse o caminho de até poder me alimentar de uma esperança de que as coisas iam voltar. Quando as pessoas puderam viajar, elas queriam viajar e queriam fazer isso muito rápido. A viagem foi uma válvula de escape que as pessoas queriam ter com suas famílias e com seu núcleo mais íntimo. 

O turismo foi muito impactado, mas de certa forma foi beneficiado em algum momento, porque foi um dos remédios que as pessoas usaram para curar suas angústias

Você já conheceu quantos países? E qual mais gostou?

Neste momento tem  72 carimbos no meu passaporte, mas agora estou te dando essa entrevista do aeroporto de Milão, numa conexão, então em mais alguns dias terei mais cinco carimbos, totalizando 77. É impossível eu responder qual país eu mais gostei. Vai ser sempre o próximo. Essa pergunta é muito difícil para quem trabalha com viagens, mas tenho uma quedinha pela Itália, pelas praias da Espanha e por um bom hotel das Maldivas.

Qual viagem mais exótica que você já fez? 

Sou muito agitado e inquieto, então as viagens mais diferentes que eu já fiz são as que têm me deixado mais calmo e me trazido mais para dentro, que talvez tenha sido o Butão, a Mongólia…. Mas eu não usaria o termo exótico. Como a gente estava refletindo sobre isso há algum tempo, o que é exótico?. Exótico para quem?. Uma vez a gente estava viajando para Luang Prabang (principal cidade turística do Laos) e a pessoa perguntou de onde eu era. Quando contei que era do Brasil, percebi que ela não tinha noção do que eu estava falando. Sim, ela não tinha a menor ideia do que era Brasil. Então naquele momento, eu era o exótico. Então é exótico para quem? Exótico do ponto de vista de quem? Exótico é a palavra que eu tenho evitado usar já faz algum tempo.

Qual é o seu próximo destino dos sonhos?

O meu destino dos sonhos é sempre o próximo. Nesse momento estou indo para os países nórdicos, que sempre foi uma grande vontade minha. Estou embarcando agora para Oslo, depois vou para Helsinque, Copenhague, e por último para Tallinn. Mas te falo que, às vezes, o sonho não é nem o destino em si. Te conto coisas que aconteceram comigo e que vou lembrar de momentos tão específicos que acho que eles acabaram sendo sonhos. Lembro de um quarto que fiquei em Paris, ou de uma comida da Indonésia, ou de uma forma que fui recebido em um hotel nas Maldivas, situações que me marcaram. E isso é uma coisa que eu não vou esquecer, então acho que o sonho não está só no destino, mas em momentos que a gente viveu. 

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