OPORTUNIDADE FUTURA

7 profissões mais procuradas pelas empresas no ES; saiba quais são;

A escassez de determinados profissionais no Espírito Santo se dá por vários fatores, como falta de qualificação e oferta incompatível de salários.


O mercado de trabalho mudou. Com a chegada de novas possibilidades promovidas pela tecnologia e um crescimento do mercado informal, há profissões que se tornam cada vez mais escassas quando o assunto é a busca por profissionais.

A falta de determinados profissionais se dá por vários fatores: falta de qualificação, oferta incompatível de salários e especializações, e o próprio desinteresse de jovens da geração Z em um cargo de carteira assinada.

Isso faz com que exista um gargalo de contratações de profissionais. E sete ocupações se destacam em meio à dificuldade para encontrar pessoal.

Profissões mais procuradas pelas empresas no ES

1

Área comercial estratégica

2

Marketing

3

Vendas

4

Garçons

5

Logística

6

Gestão de pessoas

7

Serviço ao cliente

Exigências incompatíveis com salários ofertados

Quando o assunto é a contratação de mão de obra qualificada, muitas empresas esbarram em um problema significativo: uma oferta salarial incompatível com as atribuições e requisitos para um cargo.

É muito comum que empresas exijam alta especialização de seus futuros funcionários, o que acaba não se tornando uma proposta financeira atrativa o suficiente para conquistar os profissionais que de fato preencham essas qualidades.

“O que acontece é que muitas vezes não há um salário compatível com as exigências. A maioria dos empregadores fala que não tem profissionais capacitados, mas quando o encontram, a oferta de salário não é atraente”, explica a especialista em Recursos Humanos, Roberta Kato.

Segundo ela, esse é um dos motivos que costuma afastar profissionais de cargos em áreas de logística na indústria.

“O empregador muitas vezes impõe: quero um profissional que seja bilíngue, que tenha MBA e na hora de remunerar, os salários são R$ 3 mil, R$ 4 mil. Isso acaba afastando essa mão de obra qualificada, porque simplesmente esse vencimento não é compatível com o que é exigido desse funcionário”, disse.

A capacitação elevada também pode ser um entrave para a permanência de um profissional de alto nível em uma companhia. Afinal de contas, a escassez deste tipo de funcionário no mercado faz com que propostas mais atrativas sejam feitas com frequência a eles.

A especialista define este tipo de relação como uma “dança das cadeiras”. Um profissional está em uma empresa, recebe uma proposta melhor, vai embora. Na nova companhia, uma nova oferta de salário maior em uma concorrente, e o ciclo se repete.

“Como, infelizmente, temos poucos profissionais capacitados, acaba ocorrendo uma competição intensa entre as empresas. Pois essa pessoa com alto nível de capacitação e desenvolvimento acaba muito visada por outras empresas. É uma dança das cadeiras, os melhores ficam o tempo inteiro competindo. Ele fica 6 meses em uma empresa e depois está em outra. Ou seja, uma parte é um problema das empresas e outra do próprio mercado”, exemplificou.

Nesse ponto também estão inseridos os Micro Empreendedores Individuais (MEIs) e aqueles que se aventuram com as novas tecnologias, o que costuma também ser um traço dos jovens.

Isso explicaria, segundo a especialista, a falta de profissionais para contratação em setores como o de serviços e o comércio, que costumavam ser a porta de entrada no mercado de trabalho.

Essa relação ocorria justamente por conta destas profissões não demandarem formações e capacitações muito extensas.

“O que acontece nesses setores é que os salários são baixos, claro, mas as exigências também são muito menores. Não adianta esperar que os salários aumentem, então essas pessoas têm encontrado novas formas de ganhar dinheiro, como o próprio MEI. Antigamente, a pessoa estava em uma empresa ou estava em outra empresa, com o digital, ela pode oferecer o seu trabalho para outras pessoas de forma muito mais rápida. Podem trabalhar por conta própria”, afirmou.

Exigência do trabalho presencial afasta os mais jovens

Ainda segundo Kato, as contratações esbarram em um terceiro problema, esse vindo geralmente de pessoas mais jovens: a necessidade de cumprir a jornada todos os dias no local de trabalho.

Com a pandemia, algumas empresas acabaram adotando modelos que são tendência em outros países, como o home office, seja ele em um dia específico da semana ou integral.

Além disso, há modelos híbridos de contratação, em que o funcionário passa parte do tempo em um escritório e os demais dias em casa. Essas modalidades são as que mais atraem os jovens para o ingresso no mercado de trabalho.

Essa é uma tendência que tem aparecido, a necessidade do presencial. Pessoas que não conseguem oferecer home office perdem para aquelas que podem. Essa é uma realidade cada vez mais frequente para os cargos administrativos, por exemplo“, disse.

Há também uma nova realidade, que surgiu de uma necessidade do brasileiro. De algumas décadas para cá, muitas pessoas deixaram a carteira de trabalho de lado para se arriscarem no mercado autônomo.

Acontece que, muitas vezes, essa segunda opção, que tempos atrás era uma forma de apenas manter as contas em dia, acabou se tornando uma profissão de período integral para muitos brasileiros.

Fatores que influenciam a escassez de profissionais

Alta exigência para cargos

Muitas empresas demandam alta qualificação (idiomas, experiência e pós-graduação), mas oferecem salários incompatíveis com as exigências.

Desinteresse dos jovens

Preferência da geração Z por flexibilidade e autonomia, levando muitos a optarem pelo empreendedorismo ou trabalho informal.

Atração pelo trabalho informal

Autônomos e MEIs ganham mais liberdade e, muitas vezes, renda superior à oferecida pelo mercado formal, o que afasta profissionais.

Empresas com baixa reputação

Em cidades menores, como Vitória, a cultura organizacional negativa ou baixa reputação de algumas empresas dificultam a contratação.

Pouca qualificação em áreas específicas

Em setores como logística e panificação, há escassez de mão de obra devido à falta de profissionais qualificados.

Preferência por trabalho remoto

O home office tornou-se um grande atrativo, mas empresas que exigem presença constante encontram dificuldades para preencher vagas.

Reputação do empregador circula entre as pessoas

A reputação das empresas também pode ser uma pedra no caminho. A especialista explica que em capitais pequenas, como é o caso de Vitória, notícias circulam rápido e nem sempre a imagem de algum contratante é das melhores.

Ao contrário do que muitos pensam, profissionais capacitados procuram não apenas um local com boa remuneração: a cultura da empresa e a convivência com os empregados também são pontos importantes para se fechar um contrato.

“Há esses problemas, mas também há a cultura organizacional do local, o histórico da empresa. Em uma cidade como Vitória, que é pequena, todo mundo já conhece as empresas. Isso não diz respeito apenas à remuneração, mas também sobre como elas funcionam”.

Vagas preenchidas e pouca disponibilidade de profissionais

Outro fator também tem colaborado com a falta de profissionais disponíveis no mercado. O Brasil passa atualmente por um período de pleno emprego, ou seja, há mais pessoas empregadas e menos trabalhadores ociosos, prontos para ocupar vagas.

Além disso, a questão qualificação aparece novamente como um dificultador para contratações em áreas específicas de atuação, especialmente em setores como a indústria.

Segundo Geferson Luiz dos Santos, diretor geral do Senai Espírito Santo e superintendente do Sesi-ES, o setor de logística é um dos que mais sofrem com o fator qualificação.

Ele explica que novos profissionais são treinados para ocupar vagas nesses setores no futuro, mas o Espírito Santo, em geral, tem passado por um grande crescimento tanto em logística, tanto em comércio exterior.

O Estado não para de crescer há vários ciclos, temos tido ascensão em todos os setores, tanto na logística quanto no comércio exterior. Todos os setores precisam de logística, seja na área de armazenamento, na manutenção, mas esbarramos na falta de qualificação“, disse.

Setor de logística passa por momento de transição

O setor de logística tem se tornado uma área cada vez mais jovem, isso porque há um esforço que prioriza a qualificação e a profissionalização de novos trabalhadores do setor.

Segundo o diretor do Senai, a entressafra que o setor passa no momento deve ser suprida por novos profissionais em formação, que devem entrar no mercado qualificados e em cargos de liderança.

Segundo Geferson, o Senai atualmente conta com 5 mil alunos. Além disso, 27% dos jovens do ensino médio seguem em uma graduação técnica no Sesi e Senai.

De acordo com ele, esse tipo de preparação faz com que os alunos saiam do ensino médio prontos para ingressar no mercado de trabalho, já com seus 17 ou 18 anos. Esse novo contingente deve ajudar a preencher as lacunas do setor logístico no Espírito Santo nos próximos anos.

“Hoje se fala muito em profissionais de logística. O primeiro obstáculo é realmente encontrar pessoas. Temos no Estado uma faixa de 5% de desemprego, o que significa uma fase de emprego pleno. Isso significa uma escassez de pessoas disponíveis para ocupar vagas. E, claro, há a questão da qualificação, que vem sendo trabalhada em cursos. Pessoas que vão sair do ensino médio prontas para ocupar cargos de alta responsabilidades. Você tem um trabalho sendo feito na base”, afirmou.

Essas especializações não são voltadas apenas para os jovens em idade escolar. Adultos que não tiveram oportunidade de se especializar também contam com oportunidades em cursos pagos e gratuitos pelo Senai.

“Nessa condição temos opções de cursos de formação, geralmente pagos, para atender às pessoas que trabalham, com mensalidades acessíveis e de curta duração. Temos 6 mil vagas abertas nas nossas unidades e atualmente atendemos 5 mil alunos jovens, de 14 a 24 anos”, disse.

Essas medidas são importantes, pois como explica Geferson, o Espírito Santo tem aumentado consideravelmente a expectativa de vida. Nos municípios capixabas, cerca de 20% da população é formada por adultos com idade acima de 50 anos.

A falta de pessoas não é um problema exclusivo dos setores logísticos, como explica Geferson. A panificação tem passado por um grande apagão de profissionais aptos para trabalhar, como explica o especialista.

Segundo ele, há uma queixa geral do setor sobre o encontro de mão de obra, não apenas para os cargos especializados, como o padeiro, mas também para atendentes.

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